quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O Bonde Não Pára, Vem Ai o 6º Encontro Nacional da CUFA

Por Fernanda Quevedo



MV Bill e Nega Gizza são fundadores da CUFA - Central Única das Favelas, e agor passam a presidência e vice presidência, respectivamente, para duas importantes figuras da instituição: Preto Zezé(CUFA-CE) e Karina Santiago(CUFA-MT), um fto histórico que acontecer´no dia 16/02, no Teatro José de Alencar, em Fortaleza, Ceará.
Para este momento, alguns dos grandes parceiros da instituição já confirmaram presença, como é o caso de Luiz Horta Babosa Herlanger, Diretor de Comunicação da TV Globo; Alexandre Padilha, Ministro da Saúde; Roberto Marinho, um dos diretores da SENAES(Secretaria Nacional de Economia Solidária); Ivana Bentes, diretora da Faculdade de Comunicação da UFRJ e Pablo Capilé, Articulador Nacional do Circuito For do Eixo.
Sao vários pontos em comum de todas estas pessoas entre que "passam a faixa" e os novos gestores da CUFA. MV Bill e Preto Zezé, começaram muit cedo a dsenvolver importantes ações sociais pelo viés do hip hop. Ambos foram músicos e hoje são, além de ativistas, produtores culturais, escritores e documentaristas.















Preto Zezé




Já Nega Gzza e Karina Santiago são propulsora de um movimento de mulheres dentro da instituição, que provocou a realização de dezenas de ações voltadas ás mulheres do país sempre conectando essas atividades com o esporte, a cultura, a moda e a política social.
Em comum, essas quatro pessoas tem a negritude, o amor pelo trabalho social, a origem periférica e carregam no peito o sentimento CUFA, cuja principal expressão é o trabalho social, a democratização do conhecimento e do poder. Tudo isso feito com uma metodologia que está fora dos padrões acadêmicos: "fazendo do nosso jeito!"

Preto Zezé, é coordenador da base no Ceará e também articulador nacional de projetos e ações políticas da instituição. É responsável pelas primeiras ações da CUFA no âmbito da saúde pública, provocando e estimulando o debate acerca do crack, droga que tem devastado milhares de jovens em todo o país, com o livro e documentário: Selva de Pedra - "A Fortaleza Noiada"

Ele também é um dos principais formadores de opinião e direcionador de ações no que se refere ao hip hop, esse concebido dentro da instituição como a principal ferramenta cultural, social e política par o desenvolvimento humano das pessoas das favelas brasileiras, em especial jovens habitantes deste espaço.







Karina Santiago








Karina Santiago é coordenadora da CUFA Cuiabá, capital de Mato Grosso, e esteve presente na criação de um dos núcleos políticos e estratégicos de maior força da instituição: núcleo de mulheres Maria Maria. Karina delineou as diretrizes de trabalho do núcleo, onde definiu: "Maria Maria, é um movimento de mulhres da CUFA, negras ou não, cujo objeivo é construir um projeto político e democrático dentro da instituição, contribuindo na organização do discurso, sobretudo das jovens das periferias, para que estaspossam se estimular e participar do processo político de decisão e de ocupação de espaço".

Para Preto Zezé a posse é o símbolo de uma revoluçãso permanente que é expressa pelas ações de todo o coletivo. "Se Hoje existisse um metodologia de análise de indicadores de evolução, seria a CUFA, seriam as nosas vidas e os níveis de evolução. Falando de mim, basta medir na área pessoal, individual, econômica, social, política e de relaconamento. A CUFA, não se alimenta da tragédia de nossa gente, ela se alimenta e se faz referência pelo sucesso de nossas buscas, e elas são individuais e ao msmo tempo coletivas, na medida em que nossas lideranças e nossos quadros vão sendo formados e replicand possibilidades reais de revolução no seu cotidiano e nas suas comunidades", afirma Zezé.


Para Karina Santiago, a posse significa, sobretudo a descentralização de poder, uma forte marca da CUFA, e também o reconhecimento da força política das ações realizadas em espaços considerados"fora do eixo", como o Centro Oeste e o Nordeste.

"A CUFA começou a mais de dez anos atrás, com ações do Celso Atayde, no Rio de Janeiro, região ondetudo o que acontece é visto por todo o país. Agora nesse momento em que o Bill e a Gizza democratizam missões, sinaliza o reconhecimento do potencial da diversidade brasileira, já que todas as ações são pautadas na experiência de cada um, vivida em suas regiões. É também um marco que possibilita a descentralização de investimentos em ações sociais no Centr Oeste e Nordeste", afirma a vice presidente a ser empossada.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

PROEX/UFU, SESC, TV INTEGRAÇÃO E CUFA ARAGUARI FIRMAM PARCERIA PARA REALIZAÇÃO DO PROJETO RUAS DE LAZER


Aconteceu ontem no SESC, em Uberlândia, uma reunião para afinar as diretrizes e programar o desenvolvimento do Projeto Ruas de Lazer, executado pela CUFA em Araguari . Estiveram presentes na reunião o Coordenador Geral da CUFA Araguari, Zulu; o representante do SESC/Udi, Rafael Tannús; a representante do PROEX/UFU, Professora Renata; e os Representantes da TV Integração, Raquel e Kaiko. A reunião iniciou ás 15:00, com a definição de funções, assim o PROEX/UFU, através da Diretoria de Extensão, vai firmar convênio com a CUFA Araguari, que vai assinar os estágios dos estudantes que o necessitarem e estes prestarão serviços voluntários dentro do projeto, exemplos: os estudantes de Direito, poderão prestar assessoria jurídica gratuita; os estudantes da área de saúde, poderão realizar pequenos exames, ensinar escovação, etc; os estudantes de artes cênicas, poderão apresentar uma peça de teatro; os da áera de música, poderão apresentar violão e voz, e ou, instrumental; e assim a idéia é que todas as áreas se integrem num trabalho transversal. O SESC, se propos a participar com o lazer e entretenimento, através da cessão de filmes(com direitos autorais comprados), cachorro quente, pipoca, cama elástica, balão pula pula; e a Tv integração de criar um vídeo institucional e divulgar o evento, além de trabalhar a visibilidade do mesmo nos telejornais e agenda cultural. Ficou decidido que serão realizados quatro edições do evento no ano de 2011, sendo o primeiro, dia nove de abril; o segundo, dia onze de junho; o terceiro, dia dez de setembro e o último, dia dezessete de dezembro e locais ainda serão definidos, tendo em vista que agora a divisão ao invés de ser por bairros, serão por regiões.
"O projeto funcionava ano passado, uma vez por mês, em bairros distintos, onde se fechava a rua , com autorização do Departamento Municipal de Trânsito e levava cultura, esporte e entretenimento para a população dos bairros periféricos, porém a idéia é melhorar a qualidade dos serviços prestados á comunidade, motivo pelo qual optei pela parceria, que tenho certeza vai otimizar a realização do projeto", diz Zulu, coordenador geral da CUFA Araguari.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

REFLEXÕES: MASCULINO x FEMININO?

Biologicamente nascemos macho ou fêmea, como os demais animais, mas a capacidade humana de produzir cultura nos diferencia e desde cedo nos travestimos dos papéis sociais estabelecidos e viramos menino ou menina. É na infância que as águas ganham divisores, tudo é milimetricamente pensado (normatizado), desde a escolha dos tons e cores que irão embalar o corpo e o sono da inocência dos bebês. Com os primeiros passos surgem às definições através dos brinquedos e das brincadeiras. Aos garotos é dada a liberdade traduzida no correr, no modo de sentar e por aí vai... Às meninas a castração que se traduz no cerceamento de desfrutar dos mesmos elementos de liberdade. Mas o que mais impressiona é que há também o estimulo a brutalização do masculino, quando é dito que homem não chora. Ora! Contraditoriamente, nos ensinam na escola que o ser humano possui canal lacrimal, logo todas as pessoas o podem.
Eis que os hormônios começam a dar seus primeiros suspiros e chega à puberdade. Ai, que tempo bom momento das descobertas, aflições e norteador dos desejos. Mas surgem também os conflitos, as escolhas e o recheio da pressão. Pressão essa que se traduz distintamente considerando o sexo e é quando vamos escutar um dito popular bem comum no nordeste “prendam sua cabra, que meu bode está solto”, ou seja, mais uma vez o cerceamento da liberdade se apresenta só que agora o foco é o prazer. Vou abrir uma parte pra mencionar que as instituições família e igreja historicamente disseminaram sentimento de culpa pelo gozo, nos fizeram acreditar que uma mulher dada a essas “práticas” feria a moral e os bons costumes. Bom, mas vamos prosseguir. No tempo da minha avó, ou melhor, do meu avô, os rapazes tinham a sua vida sexual iniciada no bordel mais próximo, sob o calor da luz vermelha e como num passe mágico, pimba! Virou homem. Estranho não é? Esse contexto traz a reflexão de que a quebra do cabresto vale mais do que valores, que deveriam ser o sustentáculo da idéia de masculinidade. Ao mesmo tempo quanto mais o corpo feminino vai ganhando forma e contorno os olhares policiescos camuflam as curvas para a manutenção da “pureza” a espera daquele para quem a virgem irá ser destinada a servir e obedecer. Felizmente isso foi no tempo da minha avó.
Pois bem, lembram daquela menina já mencionada? Ao virar de fato uma mulher já está bem treinada, pois de tanto brincar entre bonecas (com aparência fidedigna a bebês), utensílios domésticos e miniaturas de material de limpeza, ela já introjetou a sua “função social”. Mas se na melhor das hipóteses ela não tiver sua vida limitada ao espaço da casa, certamente deverá atuar em alguma função que a limitará ao cuidar. Mas será que as mulheres, ao longo da história, vestiram essa roupa mesmo que não seja o seu número? A resposta não precisa estar explicita aqui, está nas entrelinhas do cotidiano, basta dar um giro e constatar que as mulheres são contorcionistas do seu tempo, pois se livraram das amarras e ganharam o mundo. Isso é possível? Não só é possível, como óbvio, pois além de pedreiras, motoristas de táxi, astronautas, engenheiras, cientistas, garis, mecânicas, atletas, dentre tantas outras atividades, ganhamos o glorioso mundo masculino das relações políticas e elegemos uma mulher como representante maior de um Estado democrático. Ah, quanto avanço! devem estar pensando, mas infelizmente, temos outros paradigmas a romper, um deles é o preconceito entre os gêneros, pois é o que permeia as relações de poder existentes entre homens e mulheres, fruto de uma construção cultural de definições sociais. Assim, a partir do momento histórico da posse da primeira mulher presidente eleita do Brasil, todos os holofotes seguirão o mesmo foco, onde qualquer suposto deslize poderá ser alvo de ataque não por uma questão de gestão, mas por uma questão de gênero. Caso essa elucubração se transforme num fato, só teremos que lamentar, devido à incapacidade da sociedade brasileira de conviver com as diferenças. Por fim, não vamos tratar de sobreposição ou queda de braços, mas da possibilidade de ressignificar os papéis e a importância social que masculino e feminino têm na construção de uma sociedade digna e igualitária.



Maria da Conceição Freitas Caliane Nunes
Coordenadora Geral da CUFA Bahia Coordenadora Núcleo Maria Maria CUFA Bahia
Historiadora e educadora social Historiadora e educadora social