segunda-feira, 11 de dezembro de 2023


 Nos últimos tempos, assistimos a mudanças sociais significativas. Durante a pandemia, verificou-se um recrudescimento do racismo em muitas partes do mundo, mas também a emergência de grandes movimentos da sociedade civil que procuram sensibilizar as pessoas e apelam a uma ação a nível mundial. É  impossível ignorar o papel impulsionador da mudança e de combate ao racismo que têm os jovens. A sua consciência política das questões sociais é essencial para identificar as diferentes manifestações de racismo, detetar preconceitos inconscientes e alterar os comportamentos no sentido de uma maior inclusão.

A fim de obter uma compreensão mais abrangente do problema e de adotar uma abordagem mais eficaz para combater e buscar eliminar o racismo no município de Araguari; a Central Única de Favelas - CUFA Araguari, o Conselho Municipal de Promoção de Igualdade Racial - COMPIR, a Superintendência Municipal de Promoção de Igualdade Racial - SUPIR e a Fundação Araguarina de Educação e Cultura - FAEC criaram o Programa Araguari Sem Racismo cuja proposta é para além de reunir a propria comunidade preta, buscar parcerias com a sociedade civil, o poder público e o meio acadêmico afim de definir em conjunto parâmetros que alvejem e combatam o racismo. O programa funciona durante todos o ano na busca de formar e informar a sociedade sobre os danos causados em decorrência desse mal que nos assola.

Nesse próximo domingo, dia 17 de dezembro, acontecerá mais uma ação do programa que apresentará  uma vasta programação cultural na Praça Manoel Bonito, a partir das 16 horas da tarde. Inicia com a cerimônia de batizado e troca de graduação dos alunos da oficina de capoeira da CUFA Araguari, após haverá o encontro de 7(sete) ternos de congados: Moçambique Branco, Moçambique Sainha azul, Congo Verde, Congo de Ouro, Congo 13 de Maio, Marinheiro de São Benedito e Congo Rosário de Maria; na sequência será feita a cerimônia de entrega dos certificados do Prêmio Destaque Negro, uma iniciativa que acontece desde 1998 e que laureia pessoas, empresas e instituições que colaboram para o fortalecimento da comunidade negra; o evento será brindado com o som instrumental do Grupo Musical O'Tone e um desfile da representação de personalidades pretas. Uma batalha de rimas intitulada Hip Hop Contra o Racismo está prevista também dentro da programação, além da apresentação de slans e a programação finaliza com o samba do Grupo Sociedade Livre, da vizinha cidade de Uberlândia.

"Para além das comemorações, precisamos discutir os males que o racismo produz e o impacto dele em uma sociedade, este programa vem colocar o dedo na ferida e apresentar dados que colocam-nos em alerta e nos induz a buscar alternativas para vencê-lo" diz Mestre Zulu, Coordenador Geral da CUFA em Araguari.

As próximas ações prevê a criação de um fórum permanente de promoção e discussão sobre racismo e igualdade racial que possa amparar as decisões do Conselho Municipal de promoção de Igualdade Racial - COMPIR, inserindo os jovens que queiram discutir políticas públicas inerentes ao tema e viabilizar através do Fundo Municipal de Promoção de Igualdade Racial - FUPIR o financiamento das ações preparadas para o ano de 2024.

O Presidente do COMPIR e Gestor da SUPIR Doutorando em História Marco Túlio Nascimento reitera: "O Programa Araguari sem racismo valoriza as africanidades formadoras de nossa gente e busca envolver toda a cidade em uma moldura  antirracista. Os grupos identitários da Congada, Capoeira, Umbanda, Hip-Hop e outros são as estrelas de afirmação da nossa negritude".

"Queremos convidar toda a população araguarina para prestigiar a ação do proximo domingo que trata do Programa Araguari Sem Racismo e aproveitarem para curtir uma estrutura linda que colocamos na Praça Manoel Bonito para comemorar o natal" finaliza o Presidente da FAEC Diogo Machado.

quarta-feira, 19 de abril de 2023


Em 2020, a economia da cultura e das indústrias criativas (ECIC) do Brasil movimentou R$ 230,14 bilhões, o que equivale a 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no período. O dado foi divulgado hoje (10) pelo Observatório Itaú Cultural, que desenvolveu uma nova metodologia para mensurar os impactos do setor, com base em microdados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com isso, a economia da cultura e das indústrias criativas ultrapassou outros setores muito importantes para a economia brasileira, como o automotivo, que respondeu por 2,1% das riquezas do país em 2020. Ele também ficou pouco abaixo de outro setor muito importante para a economia do país, o de construção, que correspondeu a 4,06% do PIB em 2020.

“Além de nos tornamos mais humanos com a arte e com a cultura, também desenvolvemos esse país do ponto de vista econômico”, disse Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú, instituição à qual o Observatório Itaú Cultural está integrado. “O que a gente quer chamar a atenção é a oportunidade de crescimento que tem aí e o quanto isso é gerador de emprego e renda. Quando a gente oferece esta informação sobre o PIB, ele poderia ser ainda maior se a gente pudesse ir além das commodities. As commodities são importantes, mas precisamos de mais e melhores políticas e a consciência da sociedade também a respeito do nosso setor. E esses números trazem isso à tona”, acrescentou.

O setor da economia da cultura e indústrias criativas engloba segmentos como moda, atividades artesanais, indústria editorial, cinema, rádio e TV, música, desenvolvimento de software e jogos digitais, serviços de tecnologia da informação dedicados ao campo criativo, arquitetura, publicidade e serviços empresariais, design, artes cênicas, artes visuais, museus e patrimônio.

O primeiro levantamento elaborado por esse Observatório Itaú Cultural demonstrou que, em 2020, o setor empregava mais de 7,4 milhões de trabalhadores e abrigava mais de 130 mil empresas. Ele também foi responsável por 2,4% das exportações líquidas do país.

Outro dado apontado pelo levantamento foi que entre os anos de 2012 e 2020, o PIB da economia da cultura e indústrias criativas cresceu de forma mais acelerada que o total de geração de riquezas do país. Nesse período, o setor dos segmentos criativos avançou 78%, enquanto a economia total do país subiu 55%. “Culturas e indústrias criativas são relevantes e, posso dizer, essenciais para se pensar em estratégias de desenvolvimento econômico no mundo”, disse Leandro Valiati, pesquisador que ajudou a desenvolver a nova metodologia para medição do PIB do setor. “Esse setor econômico é absolutamente relevante sobretudo pelo que o mundo viveu durante a pandemia em termos de transformação dos modos de produzir e de consumir”, disse, durante entrevista coletiva na tarde de hoje na sede do Itaú Cultural, em São Paulo.

"Esses números mostram o potencial econômico dessas atividades e o espaço que essas atividades têm no escopo de fomento público do Brasil. E no escopo de políticas para o desenvolvimento do setor há um descompasso, quer dizer, há necessidade de aprofundamento dessas medidas de maneira proporcional à importância para o PIB", ressaltou Valiati.

Metodologia

O PIB da economia da cultura e das indústrias criativas do Observatório Itaú Cultural foi elaborado a partir do critério de renda, o que engloba massa salarial, massa de lucros e outros rendimentos auferidos por empresas e indivíduos no país. Para criar essa metodologia, foram utilizados dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNADc/IBGE), da Relação de Informações Sociais (RAIS), do Programa de Avaliação Seriada (PAS) e da Pesquisa Anual de Comércio (PAC), além das Tabelas de Recursos e Uso do IBGE (TRU) para contabilização dos impostos e o histórico de prestação de contas da Lei Rouanet.

A metodologia foi desenvolvida durante um ano e meio por um grupo de pesquisadores liderado por Leandro Valiati, professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade de Manchester, no Reino Unido. Os dados de 2021 e de 2022 ainda não foram divulgados porque aguardam atualização da base de dados do IBGE.

CURSO DE ARTESANATO EM FIBRAS É REALIZADO NA CUFA ARAGUARI





A Liga Desportiva Cultural Afrikpoeira, representante legal em Araguari/MG da Central Única de Favelas - CUFA, entidade presente em 420 cidades do Brasil e em outros 16 países; o SENAR MINAS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional de Minas Gerais)  responsável pela capacitação profissional e promoção social do produtor, do trabalhador rural e seus familiares e o Sindicato dos Produtores Rurais de Araguari estão realizando em parceria do dia 17 ao dia 21 de abril de 2023, o Curso de artesanato em Fibras Naturais para Confecção de Peças Utilitárias e Decorativas. O curso está acontecendo no Espaço CUFA, sito á Rua Cel. José Ferreira Alves, 1098 - Centro, será composto de 40h/aulas e finaliza nesta próxima quinta feira ás 17:00h com a apresentação do resultado do curso e a entrega de certificados.
Entre as habilidades básicas o curso pretende desenvolver cuidados com o meio ambiente, auto estima dos participantes e segurança no ambiente de trabalho; e as habilidades específicas são:

1.    Valorização da Atividade e Resgate Cultural

2.    Colheita da Fibra

3.    Tipos de Fibras

4.    Preparo da Fibra

5.    Técnica com Molde Removível

6-  Confecção de Peça

7.    Técnica com Molde Fixo

8- Confecção de Peça

a seguir exemplos de peças que serão produzidas no curso:





"É um prazer muito grande estar em Araguari pela primeira vez para ministrar esse curso, tenho certeza que que a minha vinda de Belo Horizonte, não vai ser em vão. Não exijo beleza na confecção das peças e sim aprendizado e com isso espero fazer multiplicadores do saber aqui nessa cidade". diz João da Mata, monitor do SENARMG, responsável pelo curso.


terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Favela Holding dará protagonismo a veículos de comunicação comunitária (favelas e periferias), mídias afro, além de indicá-los para órgãos governamentais das três esferas e comunicação de grandes empresas

 Objetivo é dar visibilidade e protagonismo à mídia periférica e negra, aproximando-os, órgãos governamentais do público de favela, através da comunicação produzida nesses territórios


As inscrições já estão abertas para os veículos interessados



A fim de proporcionar grande visibilidade para a comunicação comunitária, a Favela Holding vai colocar a sua capilaridade em prol de uma maior difusão de uma agenda positiva das favelas brasileiras, utilizando a Expo Favela, que será realizada em São Paulo nos dias 17, 18 e 19 de março e depois em todos os estados, para alavancar veículos de favelas, periferias e temática afro.


Os veículos que quiserem participar da iniciativa já podem se inscrever. Basta preencher o formulário, que se encontra ao final deste texto.


Além do protagonismo que será proporcionado na Expo, onde terão um espaço apurado, a Holding ainda vai indicar esses veículos para as Secretarias de Comunicação estaduais, municipais e federal. A iniciativa visa impulsionar o trabalho e gerar oportunidades para profissionais periféricos e também pretos e pretas.   


“A mídia comunitária é muito forte. Tem gente fazendo jornalismo periférico com muita qualidade por esse Brasil afora. Essa missão surgiu na Expo do ano passado entre os debatedores do tema no palco do evento. Estamos apenas aplicando e criando um grande banco de dados para ser entregues a todos os governos e empresas para entrar em contato diretamente com esses veículos”, explicou Celso Athayde, CEO da Favela Holding e idealizador da Expo Favela.


Elaine Caccavo, diretora da InFavela afirma “A finalidade é apresentar para os órgãos governamentais e grandes empresas o trabalho das mídias periféricas, aproximando, então, essas instituições ao público com o qual esses veículos se comunicam”.


Link para inscrições

https://forms.gle/6vbeQ7TB4SiMpJid7