sexta-feira, 18 de maio de 2018

Favela Holding Cria Banco de Dados Para Inserir Candidatos Negros no Mercado de Trabalho

Afro Oportunidades será lançado no dia 25 de maio

Depois de provocar algumas grandes empresas parceiras, o CEO da Favela Holding, Celso Athayde, resolveu entregar pessoalmente todos os currículos de afro-brasileiros que chegarem em suas mãos para serem encaminhados ao mercado de trabalho.
“Não pretendo fazer disso uma atividade permanente. Quero apenas apresentar os pretos e pretas para um mercado, que os subestima e acha que eles não existem ou não tem qualificação”, afirma o empresário Celso Athayde, CEO da Favela Holding.
A ideia é simples: criar um banco de dados até dezembro para candidatos negros colocarem os seus currículos. O projeto vai se chamar “Afro Oportunidades”, e já na sua largada, grandes empresas aguardam o material dos afro-brasileiros.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), na média, os negros ganham menos da metade do salário dos brancos. Foi com o intuito de reverter esse quadro, que Celso Athayde atendeu a pedidos de quem sabia que ele poderia contribuir usando seu networking, e se reuniu com algumas pessoas, decidindo, então, lançar o projeto para estimular o encontro de candidatos negros qualificados com algumas das principais empresas do país.

Celso Athayde, CEO da Favela Holding


“Os negros representam 40% da economia brasileira, estão em todos os níveis da sociedade e precisam ser olhados profissionalmente sem reservas. Estamos lançando esse projeto para incentivar as empresas a contratarem mais gente deste recorte da sociedade, e acabar de vez com o mito de que existem atividades específicas para nós. Podem se preparar que vamos entupir as empresas de currículos qualificados”, prometeu Celso. “Se quiserem podem rasgar todos. Mas não digam que não existem pretos e pretas capazes”, concluiu.
O projeto será lançado no dia 25de maio, às 14h, na sede da Favela Holding, em Madureira. Estima-se que, até o final desse ano, o Afro-oportunidades terá gerado um número significativo de oportunidades de empregos. As empresas, que desejarem receber os currículos com prioridade, deverão fazer contato pelo e-mail contato@afrooportunidades.com.br. Os candidatos devem acessar o site www.afrooportunidades.com.br para enviarem os seus currículos.
“Nesse primeiro momento, não quero ter a qualidade de gestão de currículo como tem as empresas de RH. Quero apenas disponibilizar um canal de encontro entre os pretos e pretas, que procuram uma oportunidade de trabalho em todas as áreas, inclusive no alto escalão, e as empresas que buscam pluralidade nos seus quadros. Os interessados devem entrar no site e mandar seu currículo. E nós faremos chegar ao destino. Boa sorte a todos”, desejou Celso Athayde.
As primeiras empresas a receberem os currículos enviados ao Afro Oportunidades serão a Rede Globo, a Gomes da Costa, a P&G, a Ford, o McDonald’s, a Marisa, a Tim, a Johnson&Johnson, o Itaú, a Fiat, Natura, a Kibon, a Propeg, a Avante e a Peppery.
O Afro-Oportunidades não se compromete a divulgar o resultado desses encontros, esta prerrogativa cabe somente à empresa e ao candidato.

terça-feira, 15 de maio de 2018

CUFA é Parceira na Realização do Encontro dos Amigos de Capoeira


Acontece neste próximo final de semana pela primeira vez na história da capoeira de Araguari, com apoio da CUFA Araguari, IMEPAC, Rádio Planalto, FAEC e Panificadora Ki Pão e com presenças de capoeiristas confirmados das cidades de: Uberlândia, Uberaba, Ituiutaba, Patrocínio, Monte Carmelo, Tupaciguara, Araxá e Patos de Minas, o "Encontro dos Amigos". O evento será dias 19 e 20 de maio com uma extensa programação que envolve apresentações das variações da capoeira no sábado a noite(19/05), como: puxada de rede, maculelê, samba de roda, além da composição de uma mesa com os responsáveis pelo evento que vão fazer uma breve roda de conversa sobre os rumos da capoeira na cidade e na região; e no domingo(20/05) durante todo o dia haverão várias ações como capacitação através de aulões, assim como batizados e trocas de graduação dos alunos das várias escolas de capoeira que se uniram pra promover o evento, num processo de vanguarda, considerando as rixas e quizilas históricas que permeiam as mais diversas rodas de capoeira pelo mundo.
"A idéia é criar uma cultura de paz que priorize entre os alunos um intercâmbio possibilitando com que estes se conheçam, se valorizem, se admirem e juntos busquem novos caminhos pra nossa nobre arte, priorizando sempre o coletivo, mas lógico sem perder a identidade dos ensinamentos de cada mestre/escola, considerando que cada um tem uma forma de ensinar" diz Neuber Almeida(Mestre Necão) e Vicente Lima(Mestre Benguela) complementa: "Acreditamos estar fazendo a coisa certa,  que é mobilizar os alunos buscando formas de fazer com que eles consigam se entender e fugir dos vícios inerentes ao passado e possibilitando um olhar diferente e de crescimento para o futuro".

Organizadores do evento. Da esq. para a dir. Mestre Necão(Grupo Capoeira Brasil), Mestre Paturi(Grupo de Capoeira Nova Era), Mestre Zulu(Afrikpoeira e Coordenador Geral da CUFA Araguari), Mestre Benguela(Grupo de Capoeira Novo Estilo), Juliana Maltos(Projeto Capoeira Angola No Terreiro) e Professor Zorro(Ethuole Capoeira)

A primeira menção oficial à prática de capoeira data de 25 de Abril de 1789. Nesse contexto, a capoeira era vista como prática criminal, de acordo com Nireu Cavalcanti. O registro policial cita a prisão de Adão: pardo, escravo, acusado de ser capoeira (“O Capoeira”, Jornal do Brasil, 15/11/1789, citando o códice 24, Tribunal da Relação, livro 10, Arquivo Nacional, Rio de Janeiro).
É mister, na história da capoeira dos séculos XVIII e XIX, ressaltar a relação entre marginalidade e prática da capoeira, aspecto que é confirmado por diferentes historiadores.
Segundo Pires (2004), a transição da situação social dos capoeiras – que eram ligados, inicialmente, a práticas pouco respeitáveis da sociedade baiana – para uma condição posterior de pseudo–institucionalidade, está sustentada no fato de que os capoeiras passaram a ocupar postos no mercado de trabalho como seguranças, leões de chácara e outras funções que se utilizavam das valências beligerantes dos capoeiras. É curioso observar que a restrição social aos capoeiras não estava restrita à considerada alta sociedade baiana, pois até mesmo grupos então marginalizados, como os povos de santo, tinham reservas quanto aos capoeiras. Os registros relativos à prática da capoeira, no final do século XIX e começo do século XX, resumidamente, referem-se à prática de valentões, atividade lúdico-recreativa e manifestação criminal.
Com o advento da República, a capoeira é proibida pelo decreto 487, tornando-se prática proibida pelo Código de Processo Penal e assim permanece durante em média 50 anos, quando Mestre Bimba cria a capoeira regional baiana e inicia um novo ciclo na história da arte brasileira. Hoje a capoeira é considerada a maior embaixatriz do Brasil fora dele, presente em 150 países, nos 5 continentes praticada por mais de 5 milhões de pessoas das mais diversas idades e só perde em numero de praticantes para o futebol no país. Minas Gerais com 1 milhão e duzentos mil praticantes, só perde em números para o estado de São Paulo.
Segue programação do evento: