“FESTA NA FAVELA SIM “
Venho muito respeitosamente me manifestar diante do posicionamento confuso do Clube de Regatas do Flamengo, em matéria publicada na edição deste sábado do jornal Extra.
Por esta nota desejamos que o clube e sua agência de marketing refletiam sobre a favela . Vivemos num Brasil plural, onde a expressão “FAVELA” é associada à violência apenas por pessoas e empresas preconceituosas. Há muito tempo, muitas instituições, de todos os tamanhos, posições e setores, inclusive a Nação Rubro-Negra, ressignificaram essa expressão. E, hoje, ela é sinônimo de raiz, luta, resiliência, arte , cultura, decência, trabalho, entre outras potencialidades presentes nesses territórios.
Curioso que a história do Flamengo tenha sido construída e se tornado tão marcante justamente pelas imagens dessas pessoas, moradoras das favelas, que renunciavam muitas vezes as suas refeições para ocupar a geral do Maracanã, para reverenciar e construir a história de glória dessa Nação Rubro-Negra. Não, favela não é sinônimo de violência, como teria dito um funcionário do clube, em uma conversa com seus colegas de departamento, ao justificar a recomendação de evitar o uso da expressão “FAVELA” nas postagens nas redes sociais do clube.
Onde essa agência vê carência, vê associação à violência, com seu olhar embaçado por preconceito, nós vemos potência! Onde essa agência vê depressão, nós vemos ternura! Onde essa agência vê sorrisos muitas vezes desdentados, nós vemos explosão de alegria. O carnaval faz tempo que excluiu a presença dos negros e favelados nos seus tapetes, exceto para empurrar carros alegóricos. O futebol, com suas arenas caríssimas, seguiu o mesmo caminho e deixou seus geraldinos do lado de fora. Muitas vezes, nem pela TV podem acompanhar seu time, pois até pra isso precisa pagar hoje em dia.
Mas é importante que a diretoria rubro-negra e a agência que vocês contrataram saibam que vocês passarão pela vida do Flamengo, mas nunca serão tão decisivos quanto a favela em sua história. Vocês podem tentar tirar o Flamengo da favela, mas jamais irão tirar a Favela do Flamengo.
Não sou flamenguista, sou torcedor do Bangu, que se não tem os títulos em campo como o Flamengo, ostenta o título vitalício de primeiro clube do Rio a aceitar negros em suas fileiras. Mas não falo como negro, como favelado, falo como um cidadão brasileiro, que não quer ver mais as pessoas separadas por muros e termos excludentes. Sonho com um mundo onde todos joguemos no mesmo time: negros, brancos, índios, flamenguistas, vascaínos, ricos, pobres, moradores dos palácios e das favelas.
Espero que revejam essa postura equivocada, não culpando quem a divulgou. Mas agindo em cada um que ainda enxerga na favela uma associação à violência. E, se insistirem com essa mentalidade, espero que a Nação Rubro-Negra funde outra nação, tão forte quanto essa que criaram e deram identidade com muita raça, amor e paixão.
Curioso que a história do Flamengo tenha sido construída e se tornado tão marcante justamente pelas imagens dessas pessoas, moradoras das favelas, que renunciavam muitas vezes as suas refeições para ocupar a geral do Maracanã, para reverenciar e construir a história de glória dessa Nação Rubro-Negra. Não, favela não é sinônimo de violência, como teria dito um funcionário do clube, em uma conversa com seus colegas de departamento, ao justificar a recomendação de evitar o uso da expressão “FAVELA” nas postagens nas redes sociais do clube.
Onde essa agência vê carência, vê associação à violência, com seu olhar embaçado por preconceito, nós vemos potência! Onde essa agência vê depressão, nós vemos ternura! Onde essa agência vê sorrisos muitas vezes desdentados, nós vemos explosão de alegria. O carnaval faz tempo que excluiu a presença dos negros e favelados nos seus tapetes, exceto para empurrar carros alegóricos. O futebol, com suas arenas caríssimas, seguiu o mesmo caminho e deixou seus geraldinos do lado de fora. Muitas vezes, nem pela TV podem acompanhar seu time, pois até pra isso precisa pagar hoje em dia.
Mas é importante que a diretoria rubro-negra e a agência que vocês contrataram saibam que vocês passarão pela vida do Flamengo, mas nunca serão tão decisivos quanto a favela em sua história. Vocês podem tentar tirar o Flamengo da favela, mas jamais irão tirar a Favela do Flamengo.
Não sou flamenguista, sou torcedor do Bangu, que se não tem os títulos em campo como o Flamengo, ostenta o título vitalício de primeiro clube do Rio a aceitar negros em suas fileiras. Mas não falo como negro, como favelado, falo como um cidadão brasileiro, que não quer ver mais as pessoas separadas por muros e termos excludentes. Sonho com um mundo onde todos joguemos no mesmo time: negros, brancos, índios, flamenguistas, vascaínos, ricos, pobres, moradores dos palácios e das favelas.
Espero que revejam essa postura equivocada, não culpando quem a divulgou. Mas agindo em cada um que ainda enxerga na favela uma associação à violência. E, se insistirem com essa mentalidade, espero que a Nação Rubro-Negra funde outra nação, tão forte quanto essa que criaram e deram identidade com muita raça, amor e paixão.
Flamengo, se orgulhe da sua nação assim como ela sempre se orgulhou de você. Não demita esse profissional e nem troque de agência. Apenas os reeduque e peça para que estudem a história da favela e a história do Flamengo.
Viva o Flamengo!
Viva a favela!
Viva o Flamengo!
Viva a favela!
Celso Athayde é fundador da Cufa e Ceo da Favela Holding
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