quarta-feira, 12 de maio de 2021

Frente Nacional Antirracista faz grande ato de protesto nacional ao dia 13 de maio, dia da “abolição”


Ato contará com distribuição de cestas e camélias em favelas, comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas. Além da divulgação de um manifesto




A Frente Nacional Antirracista (FNA) vai fazer um grande ato nesta quinta-feira, dia 13 de maio, data da assinatura da Lei Áurea há 133 anos atrás, que oficialmente aboliu o trabalho escravo no Brasil.

Em todo o Brasil, haverá distribuição de cestas básicas em favelas, comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas. Camélias também serão distribuídas.

Um manifesto elaborado pela Frente Nacional Antirracista também será divulgado, no dia 13. O documento promete denunciar a incompletude da abolição no país, pois a Lei Áurea alterou as relações de trabalho, sem criar mecanismos de amparo e inclusão no mercado de trabalho aos ex-escravizados e seus descendentes.

A camélia é uma flor que simbolizou a luta abolicionista brasileira. Era plantada nos jardins das casas e utilizada como marca de adesão militante.

“Escolhemos fazer nossas ações em comunidades quilombolas, ribeirinhas e em favelas, porque são espaços que, historicamente, simbolizam a exclusão. E é a partir desses lugares que acreditamos que devem vir as saídas dos impasses que atrasam o Brasil”, disse Priscilla França, representante da Educafro e da Equânime.
Os atos vão acontecer de 10h às 12h, em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. 

No Rio de Janeiro, em função dos acontecimentos do último dia 6, serão distribuídas 2 mil cestas básicas para famílias, na Favela do Jacarezinho, que também receberão camélias. Atendendo a aproximadamente 8 mil moradores de favela.

Em São Paulo, o ato acontecerá na Favela da Brasilândia.

“Esse ato no Jacarezinho é simbólico por tudo o que aconteceu. Mas levaremos cestas básicas para negros de todo o Brasil, e mostrar que a sociedade ainda deve para nós, negros, muita reparação”, disse Anna Karla Pereira, coordenadora da FNA.

Além de distribuição de cestas, camélias e cartões, o ato vai contar com faixas, cartazes e panfletos, remetendo à luta por liberdade do povo preto no Brasil.

No Triangulo Mineiro, o evento acontecerá simultaneamente em Araguari, Araxá, Patrocínio e Uberlândia. Em Araguari existe uma lei do ano de 1999, votada na Câmara Municipal, apresentada pelo ex-vereador Jubersom Melo, que instituiu o Dia 13 de maio, como o Municipal de Luta Contra Discriminação Racial e como participação no ato, a CUFA local realizará uma mesa redonda com o seguinte tema: "13 de Maio - O Processo de Desconstrução da "Libertação", sendo Substituído por Ações de Mitigação e Combate ao Racismo". Como convidados, estão: os vereadores  Renato BNegas(Presidente), Paulo César(Vice Presidente) e Eunice Mendes(Membra) da Comissão Permanente de Juventude, Direitos Humanos e da Igualdade Racial da Câmara Municipal; Diogo Machado, Presidente da Fundação Araguarina de Educação e Cultura-FAEC; João Batista, Presidente do Conselho de Capitães de Congados da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito de Araguari; Marco Túlio, Presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial; Hugo Pereira, Persidente do Bloco Afro Maculelê; e Lorraine Medusa, capoeirista e representante do Movimento de Mulheres do Distrito de Piracaiba. A mediação será por conta do Mestre Zulu, Coordenador Geral da CUFA. Serão distribuídas 3 cestas básicas na ação representando a comunidade, para evitar aglomeração no local e em tempo posterior, e a distribuição de camélias como ato simbólico.
O evento acontece no Espaço CUFA, nesta quinta feira(13/05), ás 08:00hs da manhã, com cobertura da TV Integração e transmissão via redes sociais. 

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