segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Prêmio Destaque Negro

O Brasil Colônia, Império e República teve historicamente no aspecto legal, uma postura passiva e permissiva diante da discriminação e do racismo, que atinge a população afro brasileira até hoje. O decreto nº 1331, de fevereiro de 1854, estabelecia que nas escolas públicas do país, não seriam admitidos escravos e a previsão de instrução para adultos negros, dependia da disponibilidade dos professores. O decreto nº 7031-A, de 06 de setembro de 1878, estabelecia que os negros só podiam estudar no período noturno e diversas estratégias foram montadas no sentido de impedir o acesso pleno dessa população aos bancos escolares.
A demanda da comunidade afro brasileira por reconhecimento, valorização e afirmação de direitos, no que diz respeito á educação passou a ser particularmente apoiada com a promulgação da lei nº 10.639/03, que alterou a lei nº 9.394/96, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de história  e cultura afro brasileira e africana.
Secretária Virgìnia, Arley e Zulu
Reconhecimento, requer a adoção de políticas educacionais e de estratégia pedagógica de valorização da diversidade, afim de  superar a desigualdade étnico racial presente na educação brasileira nos diferentes níveis de ensino, “...tratar desigualmente os desiguais, na medida em que se desigualam...” Oração aos Moços, Rui Barbosa.
Terno de Congado Moçambique Branco
Reconhecer exige valorização e respeito á pessoas negras, á sua descendência africana, sua cultura e história. Significa buscar compreender seus valores e lutas, ser sensível ao sofrimento causado por tantas formas de desqualificação, apelidos depreciativos, brincadeiras, piadas de mau gosto sugerindo incapacidade, ridicularizando seus traços físicos, a textura de seus cabelos,  fazendo pouco das religiões de raiz africana. Implica em criar condições para que os estudantes negros não sejam rejeitados em virtude da cor de sua pele, menosprezados por seus antepassados terem sido explorados como escravos, não sejam desencorajados de prosseguir seus estudos, de estudar questões que dizem respeito á comunidade negra.
Como bem salientou Frantz Fanon: “os descendentes de mercadores de escravos, dos senhores de ontem, não tem hoje que assumir a culpa pelas desumanidades provocadas por seus antepassados. No entanto, tem-se a responsabilidade moral e política de combater o racismo, as discriminações e juntamente com os que vem sido mantidos á margem, os negros, construir relações raciais e sociais sadias em que todos cresçam e se realizem, enquanto seres humanos e cidadãos.
Assim sendo , a educação das relações étnico raciais, impõe aprendizagens entre brancos e negros, trocas de conhecimentos, quebra de desconfianças, projeto conjunto para a construção de uma sociedade justa, igual e equânime.
Dona Abadia, homenageada como mãe do ano, ladeada por amigas
Dentro dessas diretrizes foi criado o prêmio Destaque Negro, que visa homenagear pessoas, projetos ou iniciativas que são referência para nossa comunidade e para a sociedade em geral. Esse ano foram homenageadas várias pessoas e entidades, de Araguari, Uberlândia e Catalão; além de um desfile com várias pessoas da nossa cidade e convidado(a)s da vizinha cidade de Patrocínio que realizaram um belíssimo desfile, com mostra das tendência de cabelo, maquiagem, vestuário e acessórios para o proximo ano. O evento organizado pela CUFA Araguari, com apoio da FAEC, Arley Stúdio, Luminares e TV Integração, foi realizado dia 19 de novembro antecipando as reflexões do Dia Nacional de Consciência Negra, na Casa da Cultura. Compareceu ao local para a cerimônia, uma media de 400 pessoas que se encantaram com várias apresentações artísticas. A abertura foi feita pelo Coordenador Geral, Zulu e representando a Prefeitura Municipal, a Secretária Municipal de Trabalho e Ação Social, Virgínia Alcântara.
Apresentação do Grupo de Dança Afro

"Para reeducar as relações étnico raciais no Brasil é necessário fazer emergir as dores e medos que tem sido gerados. É preciso entender que o sucesso de uns tem o preço da marginalização e da desigualdade imposta a outros. E então decidir que sociedade queremos construir daqui pra frente"  diz Zulu.
                                                                  Desfile de tendências







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