A liberdade de imprensa no Brasil nunca esteve em nível tão elevado. Tanto é que não estão sabendo o que fazer com ela. O resultado disso tem se refletido na péssima qualidade do jornalismo brasileiro, a julgar pelas notícias enfadonhas, em que se destacam aquelas de cunho negativo (tragédias em geral), as quais nos bombardeiam diariamente. E é assim de manhã, à tarde e à noite. Uma situação desesperadora.
Diante disso, a impressão que dá é que o jornalismo ético é a exceção da regra, e que, deste modo, é praticamente inútil querer se informar através dos jornais sobre aquilo que realmente teve importância no dia, pois eles perderam a moderação e caminham por perder a credibilidade. O povo brasileiro está refém de uma imprensa que, ironicamente, tem liberdade para se expressar, mas, ao mesmo tempo, ainda a usa de forma antisocial e medíocre. Um verdadeiro contrasenso!
Nesse meio trabalham os jornalistas inescrupulosos, "mortos de fome", que sem o menor pudor continuam sustentando, com suor nada honroso, um sistema vendido, seja para o próprio governo, seja para as grandes corporações, etc. Em outras palavras, publica-se aquilo que pagam. Então, ideologia pra quê? Pra que compromisso com a verdade ou com as repercussões sensacionalistas? Não há. E é justamente esta falha grave que nos tem feito pagar o alto preço da má informação que a deturpação daquilo que chamamos de "liberdade de expressão" trás.
Portanto, "LIXO JORNALÍSTICO" é o resumo daquilo que nos despejam todos os dias como "informação socialmente relevante", mas que está longe de sê-lo! Por isso, é preciso que haja uma mudança urgente nessa situação. Precisamos ser tratados com mais respeito, e não como meros consumidores passivos de carnificina e informação inútil, que, em verdade, nada agrega de valoroso ao espírito humano. Esse foco negativo excessivo, aliás, tornou-se perigoso. Ele tem gerado em nós, como consequência imediata, a total descrença em dias melhores. E é evidente que isso aconteça ante a uma pauta jornalística de mais ou menos 70% (setenta por cento) de notícias negativas diárias e várias vezes ao dia. Não há como não se abalar. Não há como não ser contaminado pelo desânimo.
Tentando talvez justificar o injustificável, dizem que o brasileiro gosta de tragédia. De onde tiraram isso não sei, mas eu discordo veementemente disso! Se assim o fosse não veríamos nas redes sociais, por exemplo, o compartilhamento de tantas mensagens de amor, de paz, de amizade, nem tantas citações filosóficas e bíblicas sobre a vida, sobre Deus, nem, tampouco, tantas piadas, charges e textos bem humorados, porque é praticamente só isso que vemos nestes locais. Ou eu estou errado? Algumas pessoas, inclusive, até exageram nessas divulgações, poluindo o sistema. Mas como é uma "poluição" positiva, tudo bem.
Desta forma, podemos afirmar que o povo brasileiro não gosta de notícias trágicas. Muito pelo contrário, ele gosta das boas notícias, das novidades, de positividade, de alegria! Então, por que não levam isso para os jornais, principalmente os telejornais? Por que não invertem a proporção negativo-positivo das matérias e passam a enfatizar aquilo que nos edifica? Qual a dificuldade nisso afinal
Ademais, fora deste contexto depreciativo que a imprensa brasileira está recostada, quero parabenizar aqueles jornalistas que trabalham com ética e profissionalismo, em cujo desempenho profissional preocupam-se, de fato, em nos informar com decência. Continuem firmes nesse propósito. E parabéns a vocês!
Luciano Caettano