Acontece neste próximo final de semana pela primeira vez na história da capoeira de Araguari, com apoio da CUFA Araguari, IMEPAC, Rádio Planalto, FAEC e Panificadora Ki Pão e com presenças de capoeiristas confirmados das cidades de: Uberlândia, Uberaba, Ituiutaba, Patrocínio, Monte Carmelo, Tupaciguara, Araxá e Patos de Minas, o "Encontro dos Amigos". O evento será dias 19 e 20 de maio com uma extensa programação que envolve apresentações das variações da capoeira no sábado a noite(19/05), como: puxada de rede, maculelê, samba de roda, além da composição de uma mesa com os responsáveis pelo evento que vão fazer uma breve roda de conversa sobre os rumos da capoeira na cidade e na região; e no domingo(20/05) durante todo o dia haverão várias ações como capacitação através de aulões, assim como batizados e trocas de graduação dos alunos das várias escolas de capoeira que se uniram pra promover o evento, num processo de vanguarda, considerando as rixas e quizilas históricas que permeiam as mais diversas rodas de capoeira pelo mundo.
"A idéia é criar uma cultura de paz que priorize entre os alunos um intercâmbio possibilitando com que estes se conheçam, se valorizem, se admirem e juntos busquem novos caminhos pra nossa nobre arte, priorizando sempre o coletivo, mas lógico sem perder a identidade dos ensinamentos de cada mestre/escola, considerando que cada um tem uma forma de ensinar" diz Neuber Almeida(Mestre Necão) e Vicente Lima(Mestre Benguela) complementa: "Acreditamos estar fazendo a coisa certa, que é mobilizar os alunos buscando formas de fazer com que eles consigam se entender e fugir dos vícios inerentes ao passado e possibilitando um olhar diferente e de crescimento para o futuro".
A primeira menção oficial à prática de capoeira data de 25 de Abril de 1789. Nesse contexto, a capoeira era vista como prática criminal, de acordo com Nireu Cavalcanti. O registro policial cita a prisão de Adão: pardo, escravo, acusado de ser capoeira (“O Capoeira”, Jornal do Brasil, 15/11/1789, citando o códice 24, Tribunal da Relação, livro 10, Arquivo Nacional, Rio de Janeiro).
É mister, na história da capoeira dos séculos XVIII e XIX, ressaltar a relação entre marginalidade e prática da capoeira, aspecto que é confirmado por diferentes historiadores.
Segundo Pires (2004), a transição da situação social dos capoeiras – que eram ligados, inicialmente, a práticas pouco respeitáveis da sociedade baiana – para uma condição posterior de pseudo–institucionalidade, está sustentada no fato de que os capoeiras passaram a ocupar postos no mercado de trabalho como seguranças, leões de chácara e outras funções que se utilizavam das valências beligerantes dos capoeiras. É curioso observar que a restrição social aos capoeiras não estava restrita à considerada alta sociedade baiana, pois até mesmo grupos então marginalizados, como os povos de santo, tinham reservas quanto aos capoeiras. Os registros relativos à prática da capoeira, no final do século XIX e começo do século XX, resumidamente, referem-se à prática de valentões, atividade lúdico-recreativa e manifestação criminal.
Com o advento da República, a capoeira é proibida pelo decreto 487, tornando-se prática proibida pelo Código de Processo Penal e assim permanece durante em média 50 anos, quando Mestre Bimba cria a capoeira regional baiana e inicia um novo ciclo na história da arte brasileira. Hoje a capoeira é considerada a maior embaixatriz do Brasil fora dele, presente em 150 países, nos 5 continentes praticada por mais de 5 milhões de pessoas das mais diversas idades e só perde em numero de praticantes para o futebol no país. Minas Gerais com 1 milhão e duzentos mil praticantes, só perde em números para o estado de São Paulo.
Segue programação do evento:
Nenhum comentário:
Postar um comentário